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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

CENTRAIS SE MOBILIZAM EM BRASÍLIA CONTRA AUMENTO DOS JUROS DO COPOM


As centrais sindicais reunidas em grande manifestação, nesta terça-feira (26), em Brasília, cobraram em voz uníssona do governo federal a redução das taxas de juros e o aumento dos investimentos em saúde, educação, geração de emprego e valorização dos salários dos trabalhadores.

O ato unitário aconteceu em frente ao Banco Central como forma de pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom), que também se reuniu nesta data para discutir o aumento da taxa básica de juros (Selic). Desde abril, quando a taxa estava em 7,25% ao ano, o índice foi elevado para 9,50%. Esta é a última reunião do ano do Copom. O novo índice será apresentado na quarta-feira (27).


O presidente da CTB, Adilson Araújo, chamou atenção para a necessidade de haver uma reforma política no país. “É dada a hora para a gente conceder espaço na ordem do dia para a reforma política e não permitir, sobre hipótese nenhuma, o retrocesso”, disse o presidente.
Adilson Araújo ainda advertiu. “O governo reorientou sua política macroeconômica. O processo de desnacionalização são as empresas nacionais sendo compradas por empresas estrangeiras e o dinheiro, que deveria ser usado aqui para saúde e educação, vai para salvar as empresas falidas lá fora.”

E finalizou com um alerta para a presidente da República; “Presidente Dilma, aproxime-se mais das necessidades dos trbalhadores.”

Mais de 500 pessoas, entre dirigentes sindicais, militantes e parlamentares, se reuniram na manifestação para cobrar do governo federal políticas que fortaleçam a economia e a manutenção dos direitos dos trabalhadores.

Para o vice-presidente da CTB, Joilson Antônio Cardoso, aumentar os juros neste momento significa retrocesso e vai beneficiar somente o setor que não produz, só acumula. “O aumento dos juros só ajuda o setor que não produz. Diminuir os juros é gerar emprego. Estamos aqui contra o Copom e sua equipe econômica, que não permitem o povo se agigantar”, disse o dirigente.

O secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, também criticou a atual política econômica do governo federal. “Para os especuladores o aumento de juros significa ganhar sem mexer um palito. O aumento de juros impede a criação de emprego”.

Contra retrocesso

Pascoal Carneiro, secretário de Previdência, Aposentados e Pensionistas da CTB, alertou sobre os prejuízos com o aumento dos juros. “O aumento de juros significa tirar dinheiro da economia, tirando dinheiro da economia, tira dinheiro da produção, tirando da produção, tira o emprego, ou seja, menos salários, menos desenvolvimento. Por isso esse movimento é por menos juros e mais crescimento econômico no país.”

O presidente da CTB-DF, Aldemir Domício, também se manifestou contra a medida. “Ficou claro que com o passar do tempo os juros só vem movimentando o meio dos bancários, dos grandes empresários, e o trabalhador vem num processo de atraso. O que nós estamos colocando é que não é o desemprego que cria crise financeira. Mas, motivando o emprego e a renda é o que promove o crescimento e o enriquecimento do trabalhador e do país.”

Paulo Vinícius Silva, da direção plena da CTB Nacional e secretário de Formação da CTB-DF comparou a taxa de juros do Brasil com a de outros países. “O aumento dos juros prejudica os trabalhadores, prejudica o empresário que produz e que gera emprego. Não tem o menor sentido os Estados Unidos terem uma taxa de juros de 0.25% e o Brasil chegar ao patamar de 10% de juros. Isso não tem o menor sentido, retira uma quantidade absurda de dinheiro da produção, do trabalho e investe em quem não bota um prego na barra de sabão. Por isso que nós estamos contra os juros e pelo desenvolvimento.”

Manutenção da luta

O deputado Assis Melo (PCdoB/RS), um dos principais parlamentares que apoiam a pauta trabalhista, elogiou a ação das centrais. “Esse ato é muito importante. Não podemos sufocar os trabalhadores e as trabalhadoras e o desenvolvimento do nosso país com juros cada vez mais altos. Reduzir juros é fortalecer a economia, é fortalecer a soberania do nosso país”, disse o parlamentar.

CTB, CGTB, CUT, Força Sindical, NCST e UGT afirmaram que as centrais sindicais não vão sair das ruas enquanto o governo não atender as justas reivindicações dos trabalhadores, que são os que geram as riquezas do país.



Após o ato, os manifestantes saíram em passeata até o Supremo Tribunal Federal (STF) em solidariedade ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Sores e o deputado José Genoino (PT-SP), que foram presos injustamente pelo processo da Ação Penal 470, mais conhecida como processo do mensalão.

Confira abaixo alguns dos pronunciamentos das demais centrais sindicais:

Nova Central

“O governo dos trabalhadores não pode penalizar os trabalhadores cada vez que esse grupo de reunir [Copom]. O salário do trabalhador já está defasado, não dá para as necessidades básicas. A Nova Central repudia veementemente o aumento dos juros.” - Gonzaga Negreiros (diretor de Assuntos Parlamentares)

UGT

“Não suportamos mais essa política de juros altos, enquanto isso os trabalhadores mal recebem a correção da inflação. Ou baixa os juros, ou não saímos das ruas.” - Rumiko Tanka (secretária da Criança e do Adolescente)

Além disso, a dirigente criticou a exploração de tantos trabalhadores em situação análoga à escravidão, a exploração do trabalho infantil e a falta de reconhecimento das mulheres.

Força Sindical

“Não podemos permitir que o governo federal faça esse descaso com os trabalhadores. Para banqueiro tudo, para o trabalhador que ajuda a construir esse país, nada.” - Eunice Cabral (dirigente)

CGTB

“Tem algo errado em nosso país. Até 2010 o país estava de vento em polpa com redução de juros e aumento de crédito. Essa lógica do aumento de juros está errada. A nossa luta é a luta do povo.” - Ubiraci Dantas (presidente)

CUT

“Aumento de juros é grave para a situação de desenvolvimento do nosso país. Para o trabalhador do campo produzir comida, ter renda, é preciso ter financiamento com juros baixos. Para continuar produzindo desenvolvimento é preciso ter juros baixos. Essa é a nossa tarefa. Todas as vezes que fomos às ruas mudamos o rumo da história. Não haverá avanço da nossa pauta se não frearmos o aumento dos juros.” - Carmen Foro (vice-presidente)

Fonte: Portal CTB


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