Familiares, amigos e companheiros de luta de Paulo Colombiano
e Catarina Galindo lotaram a frente do Fórum Rui Barbosa, em Salvador, nesta
segunda-feira (30) para cobrar o julgamento dos assassinos do casal, morto na
noite de 29 de junho de 2010. A manifestação denunciou o descaso com que a
Justiça baiana trata o caso, uma vez que quatro anos depois, os cinco
envolvidos no crime continuam em liberdade, mesmo com as provas contundentes
recolhidas pela Polícia Civil.
Mais que a morte de duas pessoas, o assassinato de Paulo
Colombiano e Catarina Galindo foi um atentado contra o movimento sindical
baiano. Afinal, como apontou as investigações policiais, o crime foi motivado
pela atuação de Colombiano como tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários, onde
descobriu e denunciou irregularidades na administração do plano de saúde da
categoria. Foram os donos da Matermed -Claudomiro César Ferreira Santana e
Cássio Antonio Ferreira Santana- que mandaram matar o casal. O crime foi executado
por Daílton Ferreira de Jesus, Edilson Duarte Araújo e Wagner Luiz Lopes de
Souza.
“Estamos aqui mais uma vez para protestar contra a
impunidade. Não podemos aceitar a morosidade da Justiça em julgar os acusados,
causando na sociedade esta sensação de impunidade. Se eles acham que vamos
esquecer o que aconteceu, estão enganados, pois vamos continuar lutando para
que os mandantes e os executores sejam julgados e punidos. Vamos fazer quantas
manifestações forem necessárias para cobrar o julgamento, que já deveria ter
ocorrido”, disse o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.
O ato, realizado contou com a presença de representantes de
vários sindicatos, além de parlamentares e lideranças políticas baianas. Todos
questionavam a morosidade da Justiça no julgamento do caso, enfatizando o
quanto o crime chocou o estado, devido à motivação de calar um trabalhador que
não aceitava a corrupção e defendia os direitos dos rodoviários.
Para Geraldo Galindo, irmão de Catarina, os assassinos não
contavam com a mobilização de tanta gente pedindo justiça para o caso. “Nunca
tivemos dúvida sobre os assassinos, pois Colombiano já tinha dito a familiares
e amigos que estava sendo ameaçado devido ao contrato irregular com a
Mastermed. A Polícia confirmou isso e chegou a prender os culpados, mas a
Justiça não apenas soltou os criminosos, como aceita as manobras dos advogados
de defesa para adiar o julgamento. Não aceitamos mais isso, pois já se passaram
4 anos do assassinato. A família vive em um sofrimento permanente, pois eles
não estão presentes nas reuniões familiares, no natal e outras festas. Enquanto
isso, os criminosos continuam viajando e aproveitando a vida, como se nada
tivesse acontecido. É como se eles estivessem zombando da família e da
sociedade. A Justiça não pode aceitar isso. Vamos cobrar que o julgamento dos
acusados aconteça ainda este ano. Esperamos que eles passem o resto da vida na
cadeia”, desabafou.
Fonte: Portal Vermelho
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