As centrais sindicais vão ao Congresso Nacional nesta
terça-feira (10), em Brasília, onde se encontraram com os presidentes do Senado
e Câmara, Renan Calheiros (PMDB) e Eduardo Cunha (PMDB), respectivamente.
O encontro, no início da nova gestão do parlamento, é uma
tradicional iniciativa dos representantes da classe trabalhadora que este ano
ganha importância diante das Medidas Provisórias 664 e 665 lançadas no fim de
2014 pelo governo federal, que alteram a concessão de benefícios
previdenciários e trabalhistas. As MPs serão apreciadas pelos deputados e
senadores antes de entrar em vigor.
Em entrevista ao Portal Vermelho, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, destacou que a reunião é um esforço de levar uma mensagem unitária das centrais. “Será importante construir um diálogo com o Congresso Nacional no sentido de esclarecer os prejuízos que serão causados aos trabalhadores caso as medidas sejam sacramentadas”, salientou o sindicalista.
Eco do Congresso
Para Adílson, o Congresso precisa ouvir o clamor dos
trabalhadores brasileiros. “O povo não elegeu um Congresso para lhe trazer
prejuízos, pelo contrário, o que se espera do parlamento é que tenha um olhar
mais próximo dos anseios e das expectativas da maioria da população, que tem
consciência que diante da defasagem histórica precisa avançar numa justa
política de valorização do trabalho e dos trabalhadores”, enfatizou.
“Os trabalhadores tem encontrado eco na representação do
Congresso e será importante deixar bem claro que a nossa luta é para que não
haja nenhum retrocesso”, pontuou o representante da central, que acredita que
as medidas serão revogadas. “Nossa posição é para que sejam revertidas as medidas,
principalmente com relação ao seguro-desemprego. A manutenção das medidas
provocará um prejuízo para mais de 60% de trabalhadores, segundo estimativas,
que passarão a não ter mais acesso ao benefício. Num ambiente que sinaliza
retração e redução de postos de trabalho, evidentemente que o acesso desses
trabalhadores será menor. Vai se tornar mais distante a possibilidade de ter
acesso ao benefício que é, muitas vezes, o único meio de sobrevivência do
trabalhador”.
Lideranças de diversos partidos já manifestaram apoio ao
pleito das centrais. A bancada do PCdoB foi uma das primeiras e informar que o
partido não concorda que medidas que retire direitos.
“O PCdoB não concordará com a retirada de nenhum direito
social. Dentro dessas medidas, algumas são absorvíveis. Mas tem uma que não tem
como mexer em razão da crise de rotatividade do mundo do trabalho, que é a
ampliação do prazo de acesso ao seguro-desemprego. Com essa nós não concordamos
e vamos atuar para retirar da medida provisória a alteração do seguro-desemprego”,
enfatizou a deputada federal Jandira Feghali (RJ), líder da bancada do PCdoB.
“Não podemos brigar com nossas bases, estamos em conflito
com a CUT e as centrais sindicais. Precisamos equilibrar para que os mais ricos
paguem essa conta”, disse o senador Lindbergh Farias (PT).
Fonte: Portal Vermelho
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