Por Rodrigo Cardoso*
No segundo turno das eleições presidenciais disputam dois
projetos distintos de país.
De um lado, em torno da presidenta Dilma, reúnem—se forças
progressistas no âmbito popular, social, acadêmico trabalhista e cultural,
defendendo 12 anos de governos que vem mudando de forma lenta, mas contínua, a
face do Brasil, com programas sociais e econômicos que promoveram a ascensão
social de mais de 50 milhões de pessoas.
De outro, reúne—se o que há de mais atrasado na política
brasileira, animados pela possibilidade de interromper o ciclo progressista e
voltarem a implementar o neoliberalismo radical, com suas políticas
privatistas, de redução de investimentos sociais e arrocho salarial traduzidos
no “ajuste fiscal”, preconizado já em vários momentos pelo candidato Aécio e
seu pretenso ministro da economia, Armínio Fraga, presidente do Banco Central
no governo FHC, de triste memória para os trabalhadores.
Alguns setores, iludidos por um discurso fácil de mudança,
nem se questionam que tipo de mudanças estão sendo oferecidas pelos tucanos.
Ajuda a construir esse clima a atitude da grande mídia que amplifica denúncias
sem provas contra um partido, enquanto ignora solenemente os casos que envolvem
o candidato Aécio, como a construção com verbas públicas de um aeroporto para
uso particular em terreno de parentes, ou de seus aliados, como os desvios de
recursos do metrô paulista para irrigar campanhas e fortunas tucanas.
O pior é que essa cortina de fumaça destina—se a encobrir o
debate programático oculto e inconfessável. De que a política externa proposta
pelos tucanos nos transformaria mais uma vez em capachos dos interesses dos
Estados Unidos, incomodados com a política independente e de construção de
alternativas de desenvolvimento junto aos outros países emergentes, como o
Banco dos BRICS(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). De que o ajuste
fiscal significa menos investimentos públicos em educação e saúde, menos
universidades, menos concursos públicos, etc. De que diminuir o papel dos
bancos públicos significa menos recursos pra agricultura e pra habitação
popular. De que combater a inflação pela demanda, significa arrocho salarial no
setor público que acaba se espalhando por todos os setores da economia.
Por isso, a CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil, decidiu por unanimidade de sua direção nacional, imediatamente
traduzida em atos por toda a base, apoiar a candidatura à reeleição da
presidenta Dilma.
Nesse momento não cabe vacilação dos que defendem um Brasil
desenvolvido e com valorização do trabalho.
* Presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus e Região
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